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sobre cida lima

Nascida em Inhambupe, beira do recôncavo da Bahia, Brasil, em dezembro de 1956, a artista plástica CIDA LIMA, viveu quatro anos em MAPUTO, Moçambique, ministrando oficinas e trabalhando com escultura em madeira, especialmente o pau preto (ébano). Entre outros projetos, Cida prepara-se para expor no Brasil o resultado dos seus anos em África: FACES MAKONDE.


Na sua chegada a Moçambique, em 2005, Cida levou um árduo período para compreender as diferenças culturais que haviam entre sua terra natal e Maputo, principalmente no que diz respeito ao papel feminino naquela sociedade. Buscava no seu imaginário as origens da identidade brasileira na África-mãe.


Aproximou-se dos artistas moçambicanos, interessada em aprender as soluções utilizadas por eles para o aproveitamento dos troncos de madeira, a partir dos quais são produzidas esculturas com formas surpreendentes. Em um esforço intenso para vencer os obstáculos - resultantes de uma sociedade onde a escultura é tradicionalmente uma atividade masculina - dedicou-se a tentar intercambiar informações: aprender sobre a tecnologia para esculpir em madeira e compartilhar sua experiência de design, pigmentação e restauração.







O sucesso do intercâmbio gerou oficinas, cujos trabalhos resultantes transformaram-se em mostras realizadas no Brasil e em Moçambique nos anos de 2006, 2007 e 2008. A mostra Corações Africanos II teve peças de Cida Lima e do artista Mahota com seus trabalhos em sândalo. As oficinas geraram também uma exposição de Matai Kunda e outra do mestre Simão Malenga, que foi o primeiro a ensinar Cida a pegar no formão e no enxó. Através dessa exposição Simão foi para Portugal a convite da Universidade Aberta de Lisboa.




As sereias negras afro-brasileiras, figuras sobrenaturais do imaginário de Cida, presentes em CORAÇÕES AFRICANOS (2006), deram lugar aos bustos da mostra CORAÇÕES AFRICANOS II (2007), que aconteceu em Maputo e Salvador, e cujas feições ainda reproduziam as abordagens feitas pelos artistas (homens) moçambicanos com quem trabalhava. Cida Lima iniciou um diálogo profundo com o pau preto, no firme propósito de desvendar as formas e faces que a madeira permite talhar.

Em 2008, a convite do ICAP / Universidade de Columbia, Cida Lima ministrou e expôs os resultados de oficinas de artes para crianças de Mavalane. Bangladesh é o destino de Cida Lima a partir de 2009.